Uma grande variedade de documentos da História do Piauí, como literatura, jornais e correspondências, referentes ao século XX, estarão mais facilmente acessíveis para consulta à comunidade ufpiana e à sociedade em geral. A iniciativa se deve à aprovação de proposta no valor de R$ 1.618.872,15 no edital da Finep “Identidade Brasil: Recuperação e Preservação de Acervos 2024”, em que o Museu Virtual de História do Piauí, vinculado ao Campus da UFPI de Teresina, irá elaborar e divulgar uma plataforma digital, na qual estarão disponíveis as fontes documentais.
Cadastro do MHP na Plataforma do Ministério da Ciênci, Tecnologia e Inovação
A proposta “Museu Virtual de História do Piauí: conservação e restauração do acervo documental do Piauí” teve coordenação do docente do Curso de História e do PPG em História do Brasil, do Centro de Ciências Humanas e Letras, Francisco de Assis Nascimento.
Pesquisador da UFPI, Francisco de Assis Nascimento, coordenador da Proposta
O pesquisador explica que os recursos conquistados tornarão possível produzir um acervo documental hemerográfico, uma espécie de catálogo de jornais e outras publicações periódicas, com a digitalização de documentos de forma profissional e de qualidade, a exemplo de correspondências oficiais, atos institucionais, acervos de jornais, relatórios médicos, entre outras fontes documentais, que serão hospedadas no domínio da UFPI museudehistoriadopiaui.ufpi.edu.br.
Equipe de Pesquisadores do MHP
Entre as ações, a proposta irá digitalizar e publicar na plataforma online livros, romances, crônicas, poesias, contos, artigos, ensaios, teses, tratados, correspondências, entre outros, referentes às atividades literárias de intelectuais do Estado do Piauí durante o século XX. O projeto aprovado também irá organizar e inserir na plataforma digital as obras principais de autores como Odilon Nunes, Assis Brasil, Clodoaldo Freitas, Wilson de Andrade Brandão, Simplício Mendes, Niède Guidon, Jonathas Nunes, entre outros.
“O Projeto de pesquisa, submetido à Finep, visa contribuir para realização de pesquisas ainda inéditas em nível de graduação e pós-graduação, utilizando novas tecnologias e métodos de pesquisa, além de promover processos educativos dinâmicos, tanto na educação básica como no ensino superior”, enfatiza Francisco de Assis Nascimento.
Visita à Serra da Capivara para pesquisa in loco
O projeto irá beneficiar alunos de graduação e de pós-graduação, professores da Educação Básica, além de pesquisadores vinculados à Iniciação Científica e à Iniciação Tecnológica.
Alunos e professores do Curso de História do CCHL/UFPI
Criado em 2022, o Museu de História do Piauí (MHP) é um espaço virtual de pesquisa histórica e historiográfica, vinculado ao Departamento de História e ao Programa de Pós-Graduação em História do Brasil, do CCHL/UFPI. Entre seus objetivos principais estão digitalizar, armazenar e colocar à disposição do público arquivos diversos, sobretudo, imagens, documentos e vídeos da História do Piauí.
A proposta aprovada na Finep de criar a plataforma digitalizada dos documentos históricos surgiu durante a pandemia de covid 19, após o fechamento do Arquivo Público do Estado do Piauí – Casa Anísio Brito, localizado em Teresina, que salvaguarda a maioria dos documentos impressos que circularam no Piauí. O pesquisador Francisco de Assis explica que, mesmo após a autorização da reabertura do espaço, os pesquisadores continuaram a ter limitações para acessar as fontes documentais.
“Mesmo após o decreto do fim da pandemia, publicado pelo Ministério da Saúde, continuaram as restrições, a redução da quantidade de pesquisadores por dia, por meio de agendamento, gerando insegurança em relação ao uso de equipamentos de biossegurança”, recorda o pesquisador, ao destacar que a pesquisa virtual trará uma ampla gama de benefícios em qualquer cenário. “ A pesquisa virtual poderá contribuir com a economia de tempo e recursos financeiros, com as boas práticas de saúde e profilaxia, com a agilidade na realização do levantamento documental”, complementa Nascimento.
O professor explica ainda que a pesquisa se vincula ao campo da Nova História Cultura e Nova Museologia, atendendo às Diretrizes do Sistema Nacional de Museus, em que devem ser privilegiadas novas formas de comunicação, com uso de recursos tecnológicos, visando aumento da inclusão e acessibilidade aos acervos, “observando a atuação dos pesquisadores em profícuo diálogo com a comunidade e sinergia com os desafios contemporâneos”, finaliza Francisco de Assis Nascimento.