Evento ocorre no Cine Teatro da UFPI
Teve início na manhã de hoje (12/2), seguindo até as 18h, o pré-evento do Congresso Meio-Norte de Cannabis Medicinal (COMNCAM), em parceria com o Simpósio de Cannabis e Química (CANNEQUIM). Essa etapa preliminar representa uma oportunidade para explorar os avanços científicos, desafios e aplicações da cannabis medicinal. O congresso principal ocorrerá apenas entre os dias 20 e 22 de março, e o pré-evento tem como objetivo atrair público e disseminar informações para o maior número possível de pessoas.
Professor Maurício Amaral
O professor e organizador do evento, Maurício Amaral, destacou as discussões que ocorrerão nesta prévia: "Trouxemos a Jamila Rocha para fazer um relato de caso com a mãe de um paciente complexo que controla suas crises com um óleo canabinoide. Essa é uma discussão necessária, pois cada paciente possui necessidades específicas."
Ele acrescenta: "À tarde, teremos uma palestra sobre a química da cannabis, abordando como ocorre a produção dos fitocanabinoides terapeuticamente importantes, que têm se mostrado seguros. Essas são informações fundamentais que precisam ser disseminadas."
Jamila Rocha
Jamila Rocha, diretora da Associação BCY, ressaltou a importância de eventos como o congresso: "São extremamente importantes porque atingem uma parcela da população que ainda carrega muito preconceito. Muitos associam a cannabis à criminalidade, quando, na verdade, estamos falando de uma ferramenta terapêutica essencial para o tratamento de diversas patologias."
Ela destaca que a disseminação de informações é crucial para ampliar a compreensão sobre a eficácia e o acesso ao tratamento, beneficiando não apenas os pacientes, mas também suas famílias, que podem lidar de forma mais estruturada com patologias que impactam todo o núcleo familiar.
Lucas França
O congresso conta com a participação de estudantes na organização, e Lucas França compartilhou como essa experiência agregou à sua formação acadêmica: "Participar desse evento é enriquecedor tanto para o currículo de quem deseja seguir carreira acadêmica quanto para o desenvolvimento pessoal. Aprendemos a lidar com desafios e a resolver imprevistos rapidamente."
Ele ainda ressalta que o congresso contribui para desmistificar preconceitos sobre a cannabis medicinal, que já é utilizada no tratamento de doenças como Parkinson e outras condições degenerativas.
Jamila Rocha reforça a importância dessa desmistificação: "A educação é a principal ferramenta para desconstruir o estigma negativo que a cannabis ainda carrega no Brasil. Sem informação, não conseguimos alcançar os profissionais de saúde – médicos, dentistas e veterinários – que, segundo a legislação atual, têm permissão para prescrever o tratamento."
Ela finaliza que incluir essa discussão no ambiente universitário é essencial para a evolução da abordagem terapêutica da cannabis e a ampliação do acesso a tratamentos eficazes.
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