Com o objetivo de promover uma articulação do conhecimento científico advindo do ensino e da pesquisa com as necessidades da comunidade, interagindo e transformando a realidade social, os cursistas de Educação Especial Inclusiva, do Programa Nacional de Fomento à Equidade na Formação de Professores da Educação Básica (PARFOR EQUIDADE), dos Polos de Luzilândia, Picos, Teresina e Uruçuí, realizaram nesse sábado (05), diversos projetos no âmbito da disciplina de Atividades Curriculares de Extensão (ACE) - I, tendo como eixo norteador a temática “Ciência e Tecnologia”.
Durante realização de evento de ACE no Polo de Luzilândia
A Pró-Reitora de Ensino de Graduação da UFPI, professora Gardênia Pinheiro, destaca que a construção de uma sociedade verdadeiramente inclusiva é essencial para a consolidação e o fortalecimento do Estado Democrático de Direito. Esse processo exige, sobretudo, a implementação de um projeto educacional comprometido com a cidadania, que valorize a diversidade e respeite as diferenças, assegurando a dignidade humana e a igualdade de oportunidades. “Nesse sentido, ações como as desenvolvidas no curso de Educação Especial Inclusiva do PARFOR EQUIDADE da UFPI, especialmente por meio das Atividades Curriculares de Extensão (ACE), são fundamentais. Elas contribuem para a produção de materiais didáticos acessíveis e para a promoção da inovação, da acessibilidade e da inclusão”, complementou.
Pró-Reitora de Ensino de Graduação da UFPI, professora Gardênia Pinheiro
“Dado sensorial: habilitando pessoas com deficiência intelectual a desempenhar com autonomia atividades diárias” foi a oficina que Rayla Oliveira, cursista de Educação Especial Inclusiva do Polo de Teresina, desenvolveu com o seu grupo. Ela relata que o trabalho foi realizado na Associação Pestalozzi da capital. “Considerando a realidade do nosso país, a falta de recursos das famílias e a necessidade de que essas pessoas consigam desenvolver atividades básicas, buscamos uma tecnologia assistiva que fosse benéfica e ao mesmo tempo de baixo custo. A partir disso, desenvolvemos um dado sensorial para ensinar as pessoas com deficiência intelectual (DI) a fazerem o que para pessoas sem deficiência é considerado “normal” como: calçar o tênis, fechar e/ou abrir o zíper da calça, vestir uma camisa, abotoar botões e colchetes”.
Rayla Oliveira (primeira da esquerda para direita) e colegas de curso em visita à Pestalozzi
O professor Vitor Sandes, que ministrou a disciplina de ACE na turma de Teresina, avalia que a primeira atividade de extensão da turma alcançou os objetivos propostos. “Foi uma atividade muito bem realizada. A partir da temática de Ciência e Tecnologia, os cursistas desenvolveram diversas oficinas em instituições e espaços que atendem pessoas com deficiência, com o intuito de incluir e criar condições para o desenvolvimento dessas pessoas, no âmbito da educação especial inclusiva, visando melhorar a coordenação motora e sensorial, aprimorar capacidades relativas à associação, memorização, socialização, dentre outras. Quando nos referimos à tecnologia, não se trata apenas das tecnologias digitais, mas sobretudo, de todas as tecnologias assistivas que podem ser utilizadas para aprimorar o desenvolvimento das pessoas com deficiência”.
Socialização das experiências de ACE da turma de Teresina
Segundo a professora Suelen Santos, que ministrou a disciplina de ACE na turma de Educação Especial Inclusiva de Luzilândia, os cursistas promoveram a I Feira Tecnológica. “A vivência das atividades desenvolvidas marca o início das propostas e objetivos que o curso traz. Um deles é mediar e oportunizar acessibilidade pedagógica de crianças e jovens durante o processo de escolarização. Os alunos foram colaborativos e sustentaram engajamento significativo, demonstrado durante a exposição dos recursos pedagógicos confeccionados por eles”. Ela acrescenta que, “para a realização da Feira Tecnológica a turma foi dividida em seis grupos. Cada um representou duas deficiências ou transtornos da aprendizagem, sendo: Deficiência Visual, Deficiência Auditiva, Deficiência Sensorial, Deficiência Física, Deficiência Intelectual, Autismo, Altas Habilidades e Superdotação, Síndrome de Down, Transtornos do Neurodesenvolvimento – TDAH e Dislexia. Alunos da APAE de Luzilândia e discentes de outros cursos estiveram presentes prestigiando os trabalhos”.
Profa. Suelen Santos e cursistas em I Feira Tecnológica
Em Picos, a turma produziu jogos com tema da inclusão social, conforme explica o professor José Petrúcio de Farias, que ministrou a disciplina de ACE. “Eles estão disponibilizados no museu Ozildo Albano, integrando a exposição intitulada: Museus, acessibilidade e inclusão”, informa.
Cursistas de Picos em exposição de jogos no museu Ozildo Albano
A Coordenadora Institucional do PARFOR/UFPI, professora Glória Ferro, enfatiza a importância das atividades desenvolvidas e da educação inclusiva, um dos princípios norteadores do Programa. “A extensão é um dos pilares da formação, pois permite que a Universidade cumpra a sua função social junto à comunidade, compartilhando com o público externo o conhecimento produzido, promovendo o desenvolvimento e a mudança social. Além disso, não é possível propagarmos a ideia de um projeto formativo que visa uma educação cidadã, se não incluirmos todos. Esses momentos representam a concretização dos nossos esforços em oferecer um processo formativo de professores da educação básica que tenha como eixo norteador a cidadania”.
Alunos da APAE de Luzilândia participaram do evento
A Coordenadora Adjunta do PARFOR EQUIDADE/UFPI, professora Lucineide Morais, reitera que as atividades de extensão aproximam a Universidade da sociedade, não só na prestação de serviços, mas, especialmente, na disseminação do conhecimento científico, cumprindo, assim, destacada função social. “Ressalto que tais atividades são igualmente importantes para os discentes, pois são momentos educativos indispensáveis em seus processos formativos. Penso que temáticas ligadas à educação especial, desenvolvidas por meio da extensão universitária contribuem no sentido da construção de uma educação e sociedade mais inclusivas, o que demonstra quão relevantes elas são. Por isso, parabenizo a todos os alunos, professores e coordenadores do curso de Educação Especial Inclusiva do PARFOR EQUIDADE da UFPI, pelo sucesso na realização dos eventos em Teresina, Luzilândia, Picos e Uruçuí”.
Cursistas de Uruçuí apresentam material desenvolvido para oficina
Para a Coordenadora do curso de Educação Especial Inclusiva, professora Ana Valéria Lustosa, as atividades de extensão contribuem de forma primordial para a formação dos discentes. “Garantem uma troca significativa entre os cursistas e a comunidade. A extensão constitui um aspecto fundamental do processo educativo”, avalia.
Turma de Educação Especial Inclusiva de Picos no Museu Ozildo Albano
A importância dos projetos de extensão desenvolvidos pelos cursistas também foi mencionada pela Coordenadora do Polo de Uruçuí, professora Rossiana Ribeiro. “Permitem que os alunos possam aplicar na prática os conhecimentos adquiridos durante as aulas teóricas. Como resultado dessa prática, eles desenvolvem as habilidades necessárias para sua formação profissional como também responsabilidade social”.
Profa. Rossiana Ribeiro e Prof. Wiury Abreu, que ministrou disciplina de ACE, em evento de culminância
De acordo com o professor Wiury Chaves, que ministrou a disciplina de ACE na turma de Uruçuí, a culminância das atividades ocorreu com a realização da I Feira TecInclui: Inovação, Acessibilidade e o Futuro da Educação Inclusiva. “A experiência foi marcada por um ambiente acolhedor, participativo e inspirador, onde estudantes, professores e membros da comunidade puderam compartilhar conhecimentos, ideias e práticas voltadas à inclusão. Durante a Feira, os estudantes apresentaram soluções pedagógicas (Tecnologias Assistivas) desenvolvidas ao longo dos últimos meses, pensadas para apoiar a aprendizagem de crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA), TDAH, Síndrome de Down, deficiências físicas, visuais, auditivas, superdotação, entre outras condições. A presença de autoridades locais e o engajamento do público fortaleceram o compromisso coletivo com uma educação inclusiva, equitativa e de qualidade para todos”.
Confira mais fotos:
Cursista de Luzilândia desenvolve atividade com aluna da APAE em Feira Tecnológica
Cursista de Teresina apresenta tecnologia assistiva desenvolvida para oficina
Cursistas de Educação Especial Inclusiva de Picos em exposição dos jogos desenvolvidos
Prof. Wiury Chaves e cursistas durante evento em Uruçuí